quinta-feira, 29 de março de 2012

O CORNO INTELIGENTE DE PINHEIROS

Geílson é um cara sofisticado. Cheio de modinhas. Prefere dever na praça, mas estar com o tênis ou a calça da moda. Sempre foi assim. Em sua casa em Pinheiros, gosta de mostrar aos amigos sua coleção de discos, de relógios e o revólver importado de 10 mil dólares que havia ganhado de um tio.

Em uma certa tarde, quando chegou de surpresa do trabalho, surpreendeu a esposa Jenifer em sua cama com outro. Tirou o revólver da cintura, tomando cuidado para não ser percebido pelos dois, armou o gatilho e já ia se preparando para meter bala neles quando parou para pensar.

Foi se lembrando de como a sua vida de casado havia melhorado nos últimos tempos. A esposa já não pedia dinheiro pra comprar carne, aliás, nem para comprar vestidos, jóias e sapatos, apesar de todos os dias aparecer com um vestido novo, uma jóia nova ou uma sandalinha da moda. Os meninos mudaram da escola pública no Belenzinho para um colégio super chique no bairro.

Sem contar que a mulher trocou de carro, apesar de ele estar há quatro anos sem aumento e ter cortado a mesada dela. O supermercado, então, nem se fala, eles nunca tiveram tanta fartura quanto  nos últimos meses.  E as contas de luz, água, telefone, internet, celular e cartão de crédito, fazia tempo que ele nem ouvia falar delas.

O caso é que a Jenifer era um aviãozão, toda gostosa, mesmo com dois filhos o tempo não passava pra ela, era coisa de louco. Geílson guardou a arma na cintura, com muito cuidado para não ser percebido, e foi saindo devagar, para não atrapalhar os dois.  

Parou na porta da sala, refletiu um pouco e disse pra si mesmo:

- O cara paga o aluguel, o supermercado, a escola das crianças, as contas da casa, o carro, o shopping, todas as despesas e eu ainda vou pra cama com ela todos os dias.

E, fechando a porta atrás de si, concluiu sorrindo:

'Puta que o pariu... *O CORNO É ELE!!!!

Geílson saiu de fininho e foi para o quarto ao lado apreciar sua nova peça da coleção de correntes de ouro, que acabara de comprar com o dinheiro economizado dos gastos diários. 

Este foi mais um conto do blog “os Paulistas”. Na semana que vem não perca “A Estrela das Perdizes”.

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