quarta-feira, 16 de março de 2011

A garota do Púlpito

Atendendo a pedidos, Os Paulistas abrem novamente o espaço para as mulheres. Pois sem elas, as histórias perderiam a graça.


Carmem era uma garota encantadora. Com os brilhos nos olhos e o jeito de menina, chamava a atenção por onde passava. Simpática ao extremo, logo cresceu na profissão.

Carmem era a assessora de imprensa do cantor Amado Batista. Ela o acompanhava em seus shows e turnês e, claro, organizava a parte de imprensa.  Para onde ela ia, levava o púlpito que seria usado nas coletivas de imprensa. O objeto, que serve para encaixar os microfones e gravadores, já era praticamente uma pessoa da sua família.

Por falar em família, o pai de Carmem, um famoso general da Tropa de Choque dos Amigos dos Surfistas da Baixada Santista, sempre dizia a filha que se algum dia levasse um namorado em casa, ele o receberia com o armamento mais pesado que possuía. Carmem apenas sorria quando o pai falava isto e achava que era brincadeira.

Era comum o general Torres aparecer sem avisar nas coletivas ou no escritório do cantor apenas para conhecer os homens que trabalhavam com sua filha. Seus colegas de trabalho entendiam o recado e nenhum nunca ousou sequer em chamar Carmem para um café.

Certo dia, em um dos shows do Amado Batista no piscinão de Ramos, no Rio de Janeiro, Carmem estava armando o púlpito para a coletiva quando foi abordada por Ivan, um carioca sarado e fã de Amado Batista.

A química rolou naturalmente. Foi amor mesmo. Pareciam que se conheciam há anos. Trocaram telefone e no dia seguinte combinaram de se encontrar em Jacarepaguá. Tomando uma caipirinha de 51 em um bar, Ivan olhando nos olhos de Carmem cantou um trecho da música “Princesa” de Amado Batista:


Ao te ver pela primeira vez

Eu tremi todo

Uma coisa tomou conta
Do meu coração
Com esse olhar meigo de menina
Me fez nascer no peito, esta paixão
E agora não durmo direito
Pensando em você
Lembrando os seus olhos bonitos

Derretida, ela o convidou para vir a São Paulo conhecer sua família. Eles cantavam juntos músicas de Amado Batista, como “Fruto do Nosso Amor”, “Menina Meu Amor”,  e “Olhos Verdes”:


esses olhos verdes

que olham pra mim

enfeitam seu rosto
e me deixam assim
  
No trajeto Carmem repetia inúmeras vezes que o pai era turrão, um general bravo, mas que tinha bom coração. Que ele não precisaria ficar preocupado. Era apenas tipo de mau que ele gostava de fazer.

 Quando Ivan chegou para conhecer o pai de Carmem, ele o aguardava com uma pistola. Tiros foram ouvidos. O rapaz saiu correndo e nunca mais pisou em São Paulo. O pai, orgulhoso, abriu uma garrafa de vinho e com um sorriso enorme contava à esposa: "Com a minha filhinha ninguém mexe". 

A vizinha conta que Carmem nunca mais viu o rapaz e que a música “Meu Ex-Amor” de Amado Batista não para de tocar do quarto da linda moça.


“Eu tive um amor

amor tão bonito,

daqueles que matam
com sabor de saudade,
meu ex-amor
tem coisas que a gente não esquece,
mas você não merece
tanta dor,
foi bonito demais
mas eu estou sozinho
foi rico de amor
e hoje estou tão só.”


A Garota do Púlpito é mais um conto da série Os Paulistas. 



7 comentários:

  1. Eu não acredito na criatividade deste blog. Como é possível dize que ela é assessora do Amado Batista. Meu deus! E o pior, uma aula de músicas dele....kakakaka

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  2. Não acredito! Os Paulistas conhecem as músicas do Amado Batista...rs

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  3. Se a mina é tão simpática e encantadora assim, eu encaro o pai dela...rs

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  4. Eu queria saber quem é o indivíduo q conhece as músicas do Amado Batista.

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  5. Vocês precisam publicar um livro. Hoje foi uma aula de cultura, CULTURA BREGA...

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  6. Hahahaha, me espanto com a criatividade de vocês. Amado Batista é de doer!

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  7. E dizem que depois de Amado Batista, Vando é um dos cantores prediletos de Carmem... vai ter bom gosto assim no quinto da pqp... senhorita

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